terça-feira, janeiro 23, 2018

Espanto.


A noite de hoje está tão estrelada, e a luz que elas refletem tão mais reluzente em meio a essa escuridão que me encontro no quintal de casa.

Estive pensando.
Pensei por dias.

Percebi o quanto ainda me sinto intrigada a respeito do Universo.

Galáxia por galáxia.
Átomos e poeira cósmica.

Sobre os dias que podem simplesmente de uma hora pra outra não clarear mais.


Estou tão enferrujada nisso, nessa ideia cômoda e repetitiva de que o mundo não tem nada mais a oferecer, e que a Era Niilista realmente chegou. Há quanto tempo me vendaram? Há quanto tempo me ceguei? Nada traz interesse, nada parece me excitar como a primeira vez que senti a água salgada molhar meus pés.

Às vezes eu desconfio que esse encanto ainda passeie por minhas veias, fervendo, esperando por minha permissão.

Essa coisa de se lembrar, tentar enxergar que cada sensação é única, feito essas estrelas que nunca terão o mesmo brilho de hoje. E que eu nunca serei a mesma de agora ao se passarem os segundos.


Observar a vida com a mesma empolgação de uma criança – Com os olhos que saltam e não querem nunca dormir, afinal, tudo é tão inovador e diferente. Sentir prazer em viver, experienciar como se fosse a primeira vez – E diga-se de passagem, é!

A primeira vez que sinto o aroma do teu perfume. Ou no chocar de nosso toque. Até aquela sensação de quando deixo a chuva deslizar lentamente por meus cabelos.

Vivenciar e me surpreender.

Sem pré-julgamentos, aos olhos de quem é a cada segundo, uma nova pessoa.


Eu preciso reaprender que aprender a sentir faz parte de crescer e me admirar com o todo ao qual desconsidero. Permitir-se sentir é reconsiderar que a felicidade ainda é possível.

E quer saber? Que sensação maravilhosa ao contemplar essa noite.

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