segunda-feira, dezembro 26, 2016

Saudades d'ocê


Amanheci com uma pontada de desconforto, feito caco de vidro pequeno fincado no dedão do pé depois de andar na grama descalça –daqueles que não saem nem com pinça.

Sentei-me na cama, olhei para os lados e –Ora bolas! Que sensação estranha...

Os raios de Sol já lavavam meu rosto ainda sonolento e a janela entreaberta trazia aquele vento leve como as mãos de um anjo acariciando minhas bochechas.

Liguei o rádio e coloquei um dos meus cd’s prediletos, na verdade, é meu cd preferido porque foi feita uma compilação de canções que me lembram de momentos.

Dançando ou flutuando pelo quarto dei de cara com o nosso retrato em cima da escrivaninha. Floresci meu melhor sorriso, de orelha a orelha –E olha! Meu rosto é largo, uma Lua cheia de amores. Talvez os olhos tenham sorrido também, acho que senti algo parecido.

O incômodo no peito voltou depois de alguns minutos.

Lembrei que a querida sensação era saudade.

Mas era uma saudade diferente, porque eu a entendia. Nós costumávamos conversar em algumas madrugadas e rir quando eu olhava as fotos do celular.

Foi a saudade mais doce que já senti.

E era tão doce que às vezes eu a queria por perto pra fazer nosso sentimento fluir da maneira mais açucarada possível, dum jeito intenso e delicado.

Era tão doce que em alguns momentos não conseguia nem sequer provar.

Essa saudade docê é um doce bom de provar bem pouco, pois prefiro sentir o conflito do seu sabor se misturando com o meu nas noites quentes de verão.

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